Se você
perguntar a qualquer cristão: "Você ama a Jesus?" A resposta mais
ouvida será: "Sim, completamente!". Nos dias de Hoje, temos até a
“MARCHA PARA JESUS”, sim! Ela serve para medir a temperatura dos fãs espalhados
por todo nosso país, com adesivos em carros e camisetas com dizeres: “DEUS É
FIEL"; "PROPRIEDADE DE JESUS"; "SOU APAIXONADO POR JESUS";
"EU AMO JESUS"; "EU SOU DE JESUS". Porém, a Bíblia nos ensina: “Aquele que tem os meus
mandamentos e os guarda, esse é o que me ama... e eu também o amarei e me
manifestarei a ele". (João 14: 21). Se a manifestação de Jesus não for
evidente em sua vida, seu amor por Ele consiste em palavras, e não obras e
verdade. Manifestar significa "brilhar
ou jorrar". Devemos
ser um instrumento que irradie a presença de Cristo. Costuma- se orar: "Senhor, envia- nos tua
presença! Desça, revela- te a nós!”. A
presença de Deus não "desce" somente. Nem aparece de surpresa,
assustando a congregação. Parece que a imaginamos uma fumaça invisível soprada
por Deus na atmosfera, semelhante à nuvem de glória do Antigo Testamento, a
encher o templo, impedindo às pessoas permanecerem de pé.
Esquecemo- nos facilmente de que são nossos corpos o templo do Senhor: “Acaso não sabeis que o vosso
corpo é o santuário do Espírito Santo que está em vós” (1 Coríntios 6: 19).
A glória de Deus deve aparecer em nossos corações e encher- nos. Cristo
não habita em edifícios ou determinados ambientes como muitos imaginam; o
próprio céu não pode contê- lo. Antes, Ele manifesta- se através de nossos
corpos obedientes e santificados. “porque nós somos santuário do Deus
vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu
Deus, e eles serão o meu povo”. (2 Coríntios 6: 16).
Na marcha para Cristo, vemos uma geração de “sonhadores apaixonados”, com gritos e “atitudes proféticas” declarando
que Curitiba, o Brasil e o mundo são de Jesus. Não adianta nada alguém
usar uma camiseta com os dizeres: “Apaixonado por Jesus” ou viver cantando:
“Apaixonado, apaixonado, apaixonado...”, se não andar como Jesus andou. “Aquele que diz que está nele,
também deve andar como ele andou”. (1 João 2: 6).
Muitas igrejas têm apoiado esse movimento, mais pelo poder político do que o
poder de Deus, tendo como meta construir um império na terra do que “Buscar o Reino de Deus e sua
justiça”. Nessa marcha desenfreada
em busca das multidões, as frases de impactos são usadas como se fossem
verdades bíblicas. “Pense, acredite e receba”, endossada com “orações fortes”. As Escrituras, nos ensina que não sabemos orar como convém: “Da mesma maneira também o
Espírito ajuda as nossas fraquezas. Não sabemos o que havemos de pedir como
convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”.
(Romanos 8: 26).
Não basta
falar; é preciso fazer. O Ser humano não é o que fala, é o que ele faz. “Tornai- vos, pois, praticantes
da palavra e não somente ouvintes, enganando- vos a vós mesmos” (Tiago 1: 22).
Há um grande abismo entre o que as pessoas falam e o que elas fazem; há um
hiato entre a teologia e a vida; um fosso entre o credo e a conduta. Não
podemos separar o que Deus uniu: ortodoxia e piedade; doutrina e vida; teologia
e ética; credo e conduta. Paulo, conhecedor desse perigo, alertou o jovem
pastor Timóteo, como segue: “Tem
cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo
assim, salvaras tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes”. (1 Timóteo 4: 16).
Onde
quer que se expresse a presença de Jesus, a jorrar de corações obedientes, a
pessoa que abrigar algum pecado em sua vida reagirá, arrependendo- se e
confessando seu erro... Ou correrá para esconder- se! Um dia Jesus revelar- se-
á completamente à humanidade perversa. E quando acontecer, de acordo com o
predito no livro de Apocalipse de sua temível presença: “... se esconderam nas cavernas
e nos penhascos dos montes, e disseram aos montes e aos rochedos: Cai sobre
nós, e escondei- nos da face daquele que se assenta no trono...”. (Apocalipse
6: 15, 16).
Somente diante da santa presença de Jesus aprenderemos a odiar o pecado, e esta
condição nos permitirá viver as mais profundas experiências com Ele, do que
ficarmos marchando sem direção com palavras vazias e jargões sem valor,
enquanto a iniquidade assola nossas igrejas.
Como deve entristecer- se o Espírito Santo, ao ver pastores e evangelistas
fazendo de seu ministério um circo! Ele não suporta a manipulação e o
exibicionismo feitos em seu nome. Homens se auto- proclamando profetas e
apóstolos nesses últimos dias, porém, desprezando o evangelho de Cristo e
proclamando outro evangelho diluído em heresias, priorizando o poder financeiro
do que o poder de Deus, e se auto promovendo através das curas e milagres. “Amados, não creiais em todo
espírito, mas provai se o espírito vêm de Deus, porque já muitos falsos
profetas têm surgido no mundo”. (1 João 4: 1).
Como identificar a marcha desses falsos profetas nas igrejas? Você participou
de uma reunião de curas e milagres? Ao participar desses movimentos: marcha
para Jesus, sessão, reunião, concentração de fé; ao assistir a isso fez sentir-
se humilhado? Mostrou sua tendência ao pecado? Encheu seu coração de amor por
Jesus? Despertou em você o desejo pelo seu retorno? Se você não experimentou
essas sensações, o Espírito Santo não estava presente, porque esta é a sua
obra. Ele procura trazer a Noiva para mais perto do Noivo. Se isso não
aconteceu, o que você viu era de origem carnal. O Espírito Santo não se manifesta
apenas para nos fazer sentir bem, mas para dar- nos uma visão antecipada de
Cristo: “Quando ele vier,
convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”. (João 16: 8).
Há muitos perdidos dentro da igreja. Pois o povo de Deus esta desorientado
quanto à questão do arrependimento. Recentemente, recebemos um musico em nossa
igreja, percebi que ele não orava e que não possuía uma Bíblia, questionado a
respeito, ele me respondeu: “Faz
mais de trinta anos que toco na igreja, Jamais os pastores falaram para mim que
isso era necessário, eu até recebia salário dessas igrejas”. Rapidamente providenciamos para ele
uma Bíblia, estou orando com ele, para que ele possa entender que o caráter
cristão é mais importante que o talento.
Que o Senhor Jesus nos ajude! Quantos músicos e artistas
gospel estão vivendo nessa mesma condição espiritual? Valorizando mais o talento do que o caráter cristão? Amados! Creio que Jesus está bradando: “Não é o perdido que precisa se
arrepender... É você! Somos nós os que se afastaram do Senhor”. “Porque eu, o Senhor, não mudo;
por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. Desde os dias de
vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não guardastes; tornai vós
para mim, e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis:
Em que havemos de tornar”. (Malaquias 3: 6, 7).
Por que há pouca ou nenhuma presença de Jesus no meio de nossas igrejas? Por
que muitas congregações estão mortas? Porque o pastor ou membros, ou ambos
estão espiritualmente mortos! Experimentar a presença de Jesus na igreja, não é
tanto um problema coletivo, quanto individual. O pastor espiritualmente sem
vida pode espalhar a morte na congregação. Contudo, cada membro pode permanecer
um templo e manter- se obediente a Deus. A igreja pode estar morta, e o crente
cheio da presença de Cristo. Pois, quando conduzo corretamente minha vida
diante de Deus, ela se torna uma estrada, que pode ser percorrida por Deus para
convencer outras pessoas de seu pecado.