Estamos cada dia mais desencantados com os políticos
e descrentes da política. As promessas de palanque já não acendem mais a
candeia da esperança na alma do povo.
Camões colocou em sua obra imortal, Os lusíadas, esta frase
perturbadora: “Um fraco rei faz fraca a
forte gente”. A Bíblia nos ensina: “O rei justo sustém a terra, mas o amigo de
impostos a transtorna” (Provérbios 29: 4). Um rei fraco oprime o povo
com pesados tributos, mas não serve ao povo com serviços correspondentes. Usa o
povo para manter- se no poder, mas mantém o povo na miséria. “O
rei que julga os pobres conforme a verdade, firmará o seu trono para sempre”.
(Provérbios 29; 14).
Pagamos pesados tributos, mas vemos esse
dinheiro suado alimentando esquemas de enriquecimento ilícito. O Brasil é o
segundo país que mais cobra impostos do consumidor, atrás apenas da Índia. Mas
se o povo dá muito ao governo, ele dá pouco ao povo. O governo cobra alto
demais, mas o dinheiro não retorna à população em serviços públicos de
qualidade.
A
respeito dos subornos, Isaías profetizou: “Os teus príncipes são rebeldes,
companheiros de ladrões; cada um deles ama o suborno, e corre atrás de
presentes. Não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa das viúvas”.
(Isaías 1: 23). Alguns não acreditam mais na integridade dos políticos.
Afirmam sem medo de errar que o poder corrompe. Mas será que é o poder que
corrompe ou o poder revela o corrompido? A corrupção está no poder ou no coração
do ser humano?
A
Bíblia nos ensina a respeito de nossos deveres cívicos, Jesus pagou tributo. “Mas,
para que não os escandalizemos, vão ao mar, lança o anzol, tira o primeiro
peixe que subir e, abrindo- lhe a boca, encontrarás um estáter. Toma- o, e dá o
por mim e por ti”. (Mateus 17: 27). Temos que exercer a nossa
cidadania, precisamos votar. “Reponderam- lhe: De César. Então ele lhes
disse: Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. (Mateus 22:
21). Sim! É nossos dever honrar os lideres: “Honrai a todos. Amai aos irmãos.
Temei a Deus. Honrai o rei”. (1 Pedro 2: 17).
Precisamos e devemos ter cristãos envolvidos na política e ocupando
cargos de liderança que venham a influenciar positivamente a sociedade no seu
todo, e não apenas a igreja ou ao grupo que o elegeu. O sociólogo Paul Freston
escreveu: “Nossa preocupação tem que ser
com a promoção do Evangelho e não com a promoção dos evangélicos”. Amados!
Precisamos de candidatos evangélicos e não de candidatos dos evangélicos.
Robinson Cavalcanti nos alertou: “Devemos
nos precaver das tentações teocráticas: O governo de um Aiatollah protestante,
que dividiria o bolo do Estado entre nós”.
Um
rei fraco é um rei populista que, para manter- se no trono, oferece à fraca
gente pão e circo, mas não a encoraja a alçar voos mais altaneiros. Precisamos
ser mais cuidadoso na escolha da nossa liderança política. Ao rei fraco a
Bíblia adverte: “Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que escrevem
perversidades”. (Isaías 10: 1). Quando indivíduos comprometidos com a
probidade governam, o povo se alegra; porém, quando pessoas regidas pela
ganância e entregues à corrupção sobem ao poder, o povo geme. “Quando
os justos triunfam há grande alegria, mas quando os ímpios sobem, escondem- se
os homens”. (Provérbios 28; 12). Outra questão é de não estarmos ainda
preparados para atuar de forma saudável numa sociedade pluralista como a nossa,
onde o tamanho das pressões exige dos candidatos evangélicos uma postura que muitos
deles ainda não possuem.
Precisamos de políticos com o mesmo espírito de Daniel. “Então,
o mesmo Daniel se distinguiu destes presidentes e sátrapas, porque nele havia
um espírito excelente; e o rei pensava em estabelecê- los sobre todo o reino”.
(Daniel 6: 3). Daniel era um político
(governador) integro, foi jogado na cova dos leões e saiu ileso. Graças a Deus
estamos no período da Graça, do jeito que esta a nossa política, sobrariam leões
e faltariam políticos.
Um político
íntegro, que não vende sua consciência, que não se deixa seduzir pelo suborno,
que não é apanhado na rede mortal da ganância insaciável, é uma pedra de
tropeço no caminho dos corruptos.
Cristão que é cristão, não anula o seu voto,
ele exerce o seu dever cívico: “Sujeitai- vos a toda autoridade humana, por
causa do Senhor, quer rei, como soberano, quer aos governadores, como por ele
enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem”. (1
Pedro 2: 13- 14).
Precisamos ter bons crentes em posição de liderança e causando
influência positiva na sociedade como um todo. É assim que a Bíblia nos ensina:
“Quando
se multiplicam os justos, o povo se alegra; quando, porém, domina o perverso, o
povo suspira”. (Provérbios 29: 2).
Jamais podemos nos esquecer, porém, que a missão principal da Igreja
antes da volta do Senhor é o evangelismo e o discipulado, e não formar cruzadas
para tomar o poder ou conquistar o domínio político em uma nação ou mundo.
Infelizmente, muitas igrejas estão cedendo os
seus púlpitos para a política. Esquecem eles que a união da igreja com o Estado
nem sempre trouxe bons dividendos para a causa de Cristo, é só lembrar- mos de
Constantino, imperador romano. A Bíblia adverte sobre essa “união”. “E os
dez chifres que viste na besta são os que aborrecerão a prostituta, e a porão
desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo”. (Apocalipse 17:
16).
Aqui
encontra- se uma advertência contra o casamento entre política e religião.
Sempre quando vemos essa associação, a história mostra que ela termina com um
divórcio violento.
Vamos cumprir o nosso dever cívico de votar bem, sem esquecer qual é a
missão da Igreja na terral, a bíblia declara: “Pela bênção dos retos se exalta
a cidade, mas pela boca dos ímpios é destruída”. (Provérbios 11: 11).
Não acredite em qualquer promessa política, mas na Palavra de Deus que é fiel e verdadeira! Pastor Elias
Fortes
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