A crise na família, passa pela desvalorização
e esvaziamento da unidade, do compartilhar afeto e emoções. A situação é tão
critica, que no Brasil, mais de 40% das famílias não participam do jantar
juntas. No Brasil, 70% das famílias fazem refeições com a TV ligada.
Em um
curso para vestibular em Curitiba com mais de cem alunos o professor perguntou
para esses alunos quantos participavam das refeições com seus pais, uma vez por
semana, apenas três alunos levantaram suas mãos.
Na
Inglaterra, uma pesquisa afirma que, neste ano, as lojas de móveis de
escritório constataram um crescimento em torno de 40%, enquanto que a venda de
mesas de jantar caiu em torno 8%. O numero de famílias na Inglaterra que já não
têm mesa de jantar é de 25%.
Na
cultura judaica, a mesa não era apenas um móvel de enfeite, mas era um lugar
especial em torno do qual a família se reunia. O salmista escreveu: “...
os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa” (Salmos 128: 3b).
A
mesa é um lugar de comunhão e relacionamento íntimo, é troca de experiências no
cotidiano, é o prazer de estar juntos, reunidos com aqueles que amamos. A mesa
é um pretexto para que a família se veja e se comunique, enquanto se alimenta, mas infelizmente
muitas famílias abandonaram esta pratica abençoada, e transformaram suas mesas
em rodas da fortuna, como profetizou Isaías: “Mas a vós, os que vos apartais do Senhor,
os que vos esqueceis do meu santo monte, os que preparais uma mesa para a
fortuna, e que misturais a bebida para o destino” (Isaías 65: 11).
Muitos
crentes deixaram de orar para o alimento negligenciando o ensino de Jesus: “Então
outros barcos chegaram de Tiberiades, perto do lugar em que comeram o pão,
tendo o Senhor dado graças” (João 6: 23).
A
crise na família é medida quando há uma troca; a sala de estar onde é feita as
refeições em frente à televisão, pela mesa de jantar onde era para haver a
celebração e comunhão no partir do pão. Muitas mesas foram transformadas em
verdadeiros alambiques, deixaram de compartilhar a unidade, para se embriagar
com bebidas fortes, mentiras, falsidades e fofocas. “Todas as suas mesas estão
cheias de vômitos e de imundícia, e não há nenhum lugar limpo” (Isaías 28: 8).
É
na mesa onde a família se reúne que Deus se revela e se revela Deus. Nenhum
outro lugar é momento tão oportuno para a revelação do caráter de Deus na
família do que este, quando todos estão em torno da mesa. “Chegada à tarde, assentou- se à
mesa com os doze” (Mateus 26: 20).
A
mesa é um lugar para discipulado. É lógico que aprendemos na cortesia de passar
um alimento, de repartir um alimento raro e de servir um suco, mas o momento é
adequado a tratar de qualquer assunto que seja necessário, e o que é mais necessário
para o cristão do que a presença de Cristo? “Estando com eles à mesa, tomou o
pão, abençoou- o, partiu- o e lhes deu” (Lucas 24: 30).
Seja
uma mesa arredondada, ou retangular, aqueles que estão a sua volta podem compartilhar
das bênçãos do Senhor, das alegrias, do dia a dia. Vale a ressalva de que deve-
se evitar tratar com frequência, de assuntos tensos, que podem “estragar” a
refeição dos demais. Recordo- me da casa da minha vó (hoje ela esta com Jesus),
a cozinha grande e a sua mesa enorme para acomodar toda a família nos almoços
de domingos, era um verdadeiro culto ao Senhor como aquele em Betânia: “Ofereceram-
lhe ali um jantar. Marta servia, e Lazaro estava entre os que se reclinavam á
mesa com ele” (João 12: 2).
Na sua casa o momento da família em torno da
mesa na hora das refeições é valorizado? Amado! Se não for, é melhor você se
familiarizar com a mesa do partir o pão, pois, breve estaremos diante de Jesus,
e Ele nos prometeu: “Assim como meu Pai me confiou um reino, eu o confio a vos, para que
comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos assenteis sobre tronos para
julgar as doze tribos de Israel” (Lucas 22: 29- 30).
Vamos valorizar as refeições com a nossa família, o partir do pão em
volta da mesa, pois breve estaremos participando do jantar mais importantes de
nossas vidas, portanto devemos estar bem familiarizados com a mesa e o Pão
Vivo. “Depois enviou outros servos, recomendando: Dizei aos convidados que já
preparei o meu jantar: Meus bois e cevados já foram mortos, e tudo está pronto.
Vinde ás bodas” (Mateus 22: 4). Pastor Elias Fortes.