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domingo, 6 de novembro de 2011

ESCANDALIZADOS

Jesus não nos chama apenas para vir a Ele, mas também para ir por Ele. Faça uma pausa e pense, apenas por um momento, sobre o Cordeiro sem mácula, Jesus Cristo. Na cruz, Ele realizou o que nenhum programa de auto- ajuda poderia fazer. Com dor excruciante, Ele tomou sobre o seu precioso corpo os pecados do mundo inteiro. Passados, presentes e futuros. Ele tornou- se o nosso pecado, impregnado do odor vil da homossexualidade, adultério, roubo, orgulho, amargura, mentira e rebelião. Ele se identificou conosco a ponto do Pai não poder olhar para ele, enquanto pagava o preço pelos nossos pecados.
     Ele olhou fixamente para a morte, como dizendo: “Onde está o teu aguilhão? Onde esta o teu poder?”
     Ele examinou Satanás, como se dizendo: “Onde está o seu sucesso? A sua realização?”
     Ele lançou os olhos para cada ser humano que já viveu, como se dizendo: “Amo você até este ponto. Aceitará minha morte como pagamento?”
     A seguir, olhou para o Pai e disse: “Em tuas mãos entrego o Meu espírito”.
     Ele terminou Sua obra. Realizou Sua missão. Morreu.
     Com a cruz bem clara à nossa frente, permita- me fazer algumas perguntas penetrantes.
     Qual seu sistema principal de apoio na vida? É a sua saúde? Seu emprego? Sua família? Seu dinheiro?
      Para o que você se volta em meio a uma crise? Entra em pânico? Come muito? Dorme muito? Trabalha muito?
      Como você reage ao ser tratado “injustamente”? Deseja vingança? Tem acessos de raiva por trás da porta fechada? Guarda ressentimento? Sofre silenciosamente?
      Embora essas perguntas sejam difíceis de responder, às vezes adoecemos por causa da condição de nossos corações. Em cada funeral tomamos consciência penosa de nossa mortalidade. Vemos claramente quão frágeis somos. Percebemos como a tragédia pode abater- se num instante sobre nós. (Num momento eles estavam no carro, rindo e brincando. No seguinte estavam mortos.) É fácil tornar- se cínico. É fácil desenvolver uma postura existencial. Uma vida sem significado.
      Em nossa busca de respostas, nos voltamos para a Bíblia, esperando encontrar significado em meio a um mundo que sofre. Nossas sobrancelhas se enrugam ao lermos alguns versículos saídos dos lábios de Jesus, imaginando porque Ele parece estar tornando a vida ainda mais complexa do que já é:
     “Não penseis que vim trazer paz a terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e a sua mãe e entre a nora e sua sogra” (Mt 10: 34, 35).
     “Segue- me, e deixe aos mortos o sepultar os seus próprios mortos (Mt 8: 22).
     “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga- me (Mt 16: 24).
     “Jesus... disse: Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; então vem, e segue- me. Ele, porém, contrariado com esta palavra, retirou- se (Mc 10: 21, 22).
     “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só” (Jo 12: 24).
      Ao lermos essas declarações duras de Jesus, podemos lutar com varias racionalizações: é possível que desejamos que ele quisesse dizer algo completamente diverso às pessoas que estavam ao seu redor. Talvez Jesus não quisesse impor exigências tão rígidas aos seres humanos fracos e débeis. Ou, possivelmente, Ele estivesse simplesmente reagindo às pressões sociais especificas daquela época particular na história humana, que não têm qualquer relação com os desafios do cristianismo contemporâneo.
      Qualquer seja nossa reação automática, a verdade é que a mensagem de “escândalos” de Jesus é tão vital hoje como o era quando Ele andava na terra. Ele veio para morrer, a fim de que nós pudéssemos viver.
     Há cerca de mais de dois mil anos atrás, Jesus foi confrontado por corações espiritualmente frios e indiferentes. Não leva muito tempo para estudioso atento das Escrituras compreender que o amável Jesus tomou tempo para “ofender” várias pessoas. Em um ponto os discípulos advertiram Jesus que os fariseus ficaram ofendidos com Seus atos e palavras: “Então, cercando- se dele os seus discípulos, lhe disseram: Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram?” (Mt 15: 12). E outra ocasião, os fariseus obstinados tentaram depreciá- lo com as palavras mordazes: “Não é este carpinteiro, filho de Maria?” (Mc 6: 3).
     Jesus curou no Sábado e permitiu que Seus discípulos apanhassem espigas no sábado. Tudo isto foi calculado para produzir uma reação que revelasse os verdadeiros sentimentos dos observadores casuais. Até mesmo Seus discípulos foram “ofendidos” por Ele em várias ocasiões “... Todos vós esta noite vos escandalizareis, pois esta escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas se dispersarão. Mas, depois que eu tiver ressurgido, irei adiante de vós para a Galiléia. Declarou Pedro: Ainda que todos se escandalizarem, nunca, porém, eu!” (Mc 14: 27- 29).
      A fim de compreendermos isto melhor, devemos descobrir o sentido do termo “ofender” na língua grega. A interpretação original é skandalizo, da qual obtemos o vocábulo “escandalizar”. A palavra significa literalmente chocar alguém por meios ultrajantes, o que por sua vez desperta o preconceito humano.
     Jesus discerniu no Novo Testamento muitas “vacas sagradas” entre o povo de Sua época. Ele então passou a esmagar diligentemente cada “vaca sagrada”. Como é natural, esta atitude não foi recebida com entusiasmo. O ódio por Ele cresceu a cada dia que passava. Na hora oportuna, Ele seguiu para Jerusalém a fim de morrer.
     Porque que as multidões se voltaram contra Aquele que se preocupou o bastante para falar a verdade? A resposta é simples. Ele se recusou a coexistir com relacionamentos sentimentais, introduzindo a autenticidade da cruz em cada transação.  
     É interessante notar que depois de sua morte os discípulos ficaram profundamente ofendidos, ou escandalizados por causa dEle. A sua crucificação provocou medo, ira e desilusão no coração de cada discípulo. Sem a cruz, eles teriam provavelmente passado a vida em luta com a superficialidade e o desvio periódico.
     Em nossos dias, milhares de pessoas vão a igreja atrás do “meu milagre”, cura, prosperidade, felicidade e entretenimento, mas, levar a sua cruz todos os dias? Jamais! E ter que se desfazer de sua “vaca sagrada”!
     Já os discípulos, foram confrontados e escandalizados pelo fato do Messias Jesus, o seu Messias, ter sido crucificado em fraqueza! Antes do Calvário eles tinham apenas uma compreensão passiva de quem Jesus era, mas depois da Ressurreição e do Pentecostes, as suas convicções sobre Jesus fizeram deles soldados destemidos da cruz. Cada um dos discípulos foi torturado e açoitado. Onze dos discípulos enfrentaram finalmente a morte pelo martírio, sem vacilar:
1.      Pedro, crucificado de cabeça para baixo.
2.     Tiago, filho de Zebedeu, pela espada.
3. João, morte natural (depois de sobreviver a um caldeirão de óleo fervente).
4. Andre, crucificado lentamente (amarrado com cordas).
5.     Tiago, filho de Alfeu, crucificado.
6.     Tomé, golpe de lança.
7.     Simão, crucificado.
8.     Bartolomeu, crucificado.
9.     Tadeu, morto por flechas.
10.  Mateus, pela espada.
11.  Tiago, irmão de Jesus, apedrejado.
12.  Filipe, crucificado.

     Alguma coisa grandiosa aconteceu! Os discípulos se transformaram. A fraqueza do Calvário tinha de preceder o recebimento de poder e orientação do Espírito Santo no Pentecostes. A. W. Tozer escreveu: Deus não pode usar alguém até que essa pessoa tenha sofrido profundamente (e, portanto, aqueles dentre nós que passaram por essa experiência podem consolar- se). Da mesma forma que nos tempos bíblicos, a dor parece ser uma das únicas mensagens que podemos entender claramente. Deus faz uso dela para chamar nossa atenção.
    Deus se utiliza de pessoas, lugares e coisas a fim de nos levar a ver a perversidade de nossos corações. É então que nos prostramos humildemente ao pé da cruz para receber Sua provisão sob medida de perdão e misericórdia para nossa necessidade especifica. Ele toma o pecado que reconhecemos e o lança no mais profundo mar. A seguir, Ele nos enche com o poder da ressurreição para enfrentarmos o próximo desafio.
    Infelizmente com o mau uso da mídia, por muitos lideres inescrupulosos, temos uma mensagem incompleta do evangelho, onde apresentam Jesus como uma simples caricatura, fazendo com que muitos o conheçam como Salvador e não como Senhor. A ofensa da cruz é considerada vulgar, enquanto o evangelho moderno da conveniência é popularizado.
    Em meio a testes severos, é fácil retirar nossa confiança absoluta na soberania de Deus. Essa a razão porque devemos compreender não só o significado da cruz, mas devemos também levar a nossa cruz (nosso lugar de morte, nossa cadeira elétrica) diariamente, aplicando os princípios da morte, sepultamento e ressurreição em cada detalhe de nossas vidas. “Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê- La- á, mas quem perder a sua vida por causa de mim e do evangelho, esse a salvará” (Marcos 8: 35).
    Essa mensagem pode escandalizar a muitos, mas a realidade é que Deus faz uso de pessoas, lugares e coisas como instrumentos para fazer- nos chegar ao fim de nossos recursos próprios. O dinheiro não terá utilidade no céu, mas na terra é um instrumento usado para ensinar- nos as aventuras da mordomia. O casamento como conhecemos hoje não será realizado no céu. Mas na terra é um meio sagrado pelo qual Deus pode ensinar- nos a arte do perdão e do amor incondicional. Corpos enfermos e paralíticos não estarão presentes na eternidade, mas neste mundo eles podem fornecer grandes oportunidades para que as pessoas sejam pacientes, tranqüilas e confiantes. As críticas injustas não serão ouvidas no paraíso, mas neste planeta aprendemos a enfrentá- las com honestidade, misericórdia e senso de humor.
    Não é fácil andarmos na contramão do “evangelho de conveniência”, mas não vamos permitir que nos detenham, vamos progredir num movimento de avanço perpétuo, deixando que a morte na cruz nos escandalize, golpeando a raiz do egoísmo pessoal. Nós saímos então de nosso pequeno mundo e ministramos o amor da ressurreição de Jesus Cristo para os que estão prisioneiros no pecado e na morte eterna.
    Que possamos “escandalizar” as pessoas com esta mensagem da cruz, e não ser escândalos por não carregar a nossa a cruz todos os dias. Permita- me fazer mais uma pergunta antes de finalizar esta mensagem. Como você reage diante dessas palavras de Jesus em João 21: 15- 19?
         Simão, filho de João, amas- me mais do que estes?
         Apascenta os meus cordeiros.
         Simão, filho de João, amas- me?
         Apascenta as minhas ovelhas.
         Simão, filho de João, amas- me?
         Amas- me?
         Apascenta as minhas ovelhas.
         Segue- me!
     Quando respondemos à sua provisão de graça, recebemos a capacidade de atravessar (e não estacionar) os vales profundos cobertos pelas sombras da morte... Não temendo mal algum. Pastor Elias Fortes.


    

      

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