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sexta-feira, 6 de maio de 2011

UNIÃO MUDÁVEL PARTE 1

Como foi aprovada a “união estável” em nosso país, não poderia deixar de falar sobre este tema, mas também gostaria de falar sobre a “União mudável” em nossa sociedade e, infelizmente na maioria de nossas igrejas.  Estou convencido de que todos os homens desejam ter uma amizade profunda com um homem ou com um pequeno grupo. Existe algo no coração do homem que faz com que ele deseje uma alma- irmã – um irmão pelo qual ele estaria disposto a morrer. E acredito que foi Deus que colocou este anseio no mais profundo de nosso ser. Não sei quanto às mulheres, mas tenho certeza de que muitos homens pensam assim. Todos têm um sonho interior de um dia, se as circunstância o exigirem, dar a vida por um companheiro, apesar de todo o egoísmo e pecaminosidade humanos.
      É claro que isso em nada diminui a amizade de um homem por sua esposa. Adriana, minha esposa, é a melhor amiga que tenho no mundo. Não trocaria a amizade dela por nenhuma outra, de homem ou mulher. Quando Deus notou que Adão estava sozinho, não criou dez amigos para ele, mas uma esposa. Contudo, apesar de nossa esposa ser a pessoa que se acha próxima de nós, parece que os homens possuem ainda uma inquietação, um anseio de ter a amizade e a confiança de outro homem, ou de outros homens. Um amigo em que fique ao lado dele, na vitória ou derrota, nos bons ou nos maus momentos. A Bíblia nos deixa um exemplo, a mais notável amizade de todos os tempos:

“Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou, como à sua própria alma. Saul naquele dia tomou, e não lhe permitiu que tornasse para a casa de seu pai. Despojou- se Jônatas da capa que vestia e a deu a Davi, como também a armadura, inclusive a espada, o arco e o cinto” (1 Sm 18: 1, 2, 4).

     “Davi, meu amigo”, dizia Jônatas, “isso é o meu compromisso de lealdade a você. Nem mesmo o trono poderá separar- nos.”
     E parece que, em vez de competir um com o outro, eles estavam sempre tentando “promover” um ao outro. Isso é a verdadeira amizade. Quando um homem gosta de outro, ou uma mulher gosta de outra, a ponto de sempre procurar elevar a outra pessoa, e não a si mesmo, está dando provas de uma afeição genuína, de uma verdadeira amizade. A amizade de Davi e Jônatas floresceu ao sol da comemoração de uma vitória. E se fortaleceu sob o céu sombrio do rei e das intrigas políticas (1 Sm 18: 6- 9). Conhecendo muito bem o nível em que estava o ódio de seu pai, o filho do rei se armou de toda a sua coragem para proteger seu novo amigo:

“Então Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu pai, e lhe disse: Não peque o rei contra seu servo, Davi porque ele não pecou contra ti, e os seus feitos para contigo têm sido mui importantes” (1 Sm 19: 4).

     Pela segunda vez, Jônatas insistiu em sua defesa, e Saul irado, atirou sua lança contra ele, e o teria matado se o rapaz não se desviasse dela. Quando se tratava da segurança de seu amigo Davi, Jônatas não dava muito valor à sua vida. Estava disposto a defender o filho de Jessé a qualquer custo... Mesmo que o preço fosse à morte. (1 Sm 20: 30- 31).
      Saul estava preocupado em ser “substituído” por Davi, Jônatas estava disposto a ser o segundo. Em espírito, ele já enxergava o inicio da glória de Davi... Uma dinastia poderosa e eterna. E de modo algum iria deixar que egoísmo e aspirações pessoais impedissem a realização desse sonho. Davi reinaria. E Jônatas ficaria feliz em poder abdicar de seus direitos, e posicionar- se ao lado do rei escolhido. Disposto a deixar que Deus exaltasse o outro como quisesse.

“E lhe disse: Não temas, porque a mão de Saul, meu pai, não te achará; porém tu reinarás sobre Israel, e eu serei contigo o segundo; o que também Saul, meu pai, bem sabe” (1 Sm 23: 17).

       Como seria maravilhoso se houvesse mais desse tipo de atitude no Corpo de Cristo! Amizades que nunca fossem empanadas por orgulho pessoal. Infelizmente não é isso que temos presenciado em nossos dias, tele- pastores que não se contentaram em ficar em segundo, partiram para a cadeira principal e amam os primeiros lugares, obcecados pelo “lucro”. Serei seu amigo... Enquanto isso for conveniente para mim... Enquanto isso não me tolher, nem interferir no meu modo de vida... Enquanto isso me trouxer satisfação pessoal. Mas, se exigir mais que isso, então, adeus. As amizades que temos em nossas igrejas não passam de “união mudável”.

“Conhecemos a caridade nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos” (1 João 3: 16).

      Jônatas e Davi fizeram o juramento de cuidarem um da família do outro, se alguma coisa acontecesse a um deles. “olhe aqui, Davi, se você partir antes de mim, não se preocupe com a sua família. Cuidarei de todos como se fossem a minha própria família. Então, companheiro, fique descansado. Pode ter certeza disso.”
      E Davi diria o mesmo. E quanto a você? Se o seu melhor amigo morresse hoje, o que você faria? Mandaria à esposa dele um cartãozinho de condolências? Ou mandaria uma dúzia de rosas que daí a três dias estariam murchas? Faria uma visita de cinco minutos a cada seis meses para um cumprimento rápido?

“Meus filhinhos não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (1 João 3: 19).

Temo que muitos de nós sejamos doutores quando se trata de amar de “palavra e de língua”, mas quando chega à hora de amar “de fato e de verdade” nem sinal de nós.
       Como as palavras saem de nossa boca com fluência e facilidade! Ainda mais quando temos “pregadores animadores de auditórios”. “Fale para o irmão que esta ao seu lado, eu te amo”. “Estarei orando por você”. “Gosto de ter comunhão com você”. Será verdade? Analise com muita atenção as palavras de amor e compromisso que você pronuncia. Deus está atento a elas. Deixem de lado os animadores de auditórios, os “patetas da fé”. Um dia estaremos diante do trono do Senhor para darmos conta de “toda palavra frívola” que proferimos. (Mt 12: 36).
       A reação mais comum que uma pessoa tem ante a destruição ou fracasso de um inimigo seu é a de uma alegria reprimida, quando não de franca comemoração. Mas nessa “união mudável” em que estamos vivendo, podemos até reconhecer que temos de nos mostrar exteriormente sérios, mas é difícil impedir que os cantos da boca se repuxem num sorriso. E interiormente pensamos: “Puxa, ele teve o que mereceu. É bem- feito.” Saul era um rei tirano, mas, Jônatas estava com ele, vejamos a reação do filho de Jessé:

“Então apanhou Davi as suas próprias vestes e as rasgou, e assim fizeram todos os homens estavam com ele. Prantearam, choraram e jejuaram até à tarde por Saul e por Jônatas seu filho, e pelo povo do Senhor e pela casa de Israel, porque tinham caído à espada”. (1 Samuel 1: 11, 12). Leia a continuação da mensagem “UNIÃO MUDÁVEL PARTE 2”

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