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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

UMA COOPERATIVA DE SUCESSO

Povo cristão pouco se dedica a “Dar e Servir”. Não há outra razão para construirmos igrejas senão proporcionarmos um lugar onde os cristãos se reúnem para adorar, orar, ouvir o Evangelho e servir a Deus e ao próximo. Quando as Igrejas deixam de ser usadas para esse propósito, deveriam ser demolidas, como o são outros edifícios quando nãos servem para mais nada.

Quantas pessoas são ensinadas a depender de suas obras, a receberem muitas bênçãos, tomar posse, exigir, outorgar, é o “evangelho egocêntrico” a todo vapor. A ordem é construir grandes Mausoléus e abrigar milhares de pessoas em busca da sua satisfação pessoal. Deus não deu mandamento especial concernente ao edifício das igrejas, mas emitiu seus mandamentos em referência à nossa alma, suas igrejas reais e peculiares. Paulo diz concernente a elas: “...sois o templo de Deus. [...] Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá”. (1 Corintios 3: 16, 17).

“Há, eu não vejo nada demais em construir lindos prédios para nossas igrejas!” Nem eu! Mas a ira de Deus repousa sobre as suntuosas igrejas, do que em outros edifícios, porque ali são cometidos mais pecados, são ditas mais blasfêmias e é feita mais destruição de almas e de Igrejas do que em bordéis e antros de ladrões. O guarda de um bordel público é menos pecador que o pregador que não entrega o verdadeiro Evangelho, e o bordel não é tão ruim assim como a igreja do falso pregador. Triste não é? Mas, lembre- se que a doutrina do falso pregador não causa nada mais que dia- a- dia desviar e violar almas recém- nascidas no batismo, cristãos jovens, almas tenras, noivas virgens, puras e consagradas a Cristo. Considerando que o mal é feito espiritualmente e não fisicamente, ninguém observa; mas Deus está incomensuravelmente descontente. Em sua ira, Ele clama através dos profetas em termos inconfundíveis: “Tu, meretriz, que convidas todo transeunte!” Deus tolera tão pouco a pregação falsa, que Jeremias em sua oração faz esta reclamação: “Forçam as mulheres em Sião; as virgens, nas cidades de Judá”. (Lamentações 5: 11).
      A virgindade espiritual, a fé cristã, é imensuravelmente superior à pureza física; pois ela sozinha pode ganhar o céu. Infelizmente, muitos “barões da fé”, monopolizaram suas “doutrinas de homens corruptos”, deixando milhares de dependentes, do seu ópio espiritual. O que acabamos de ver, não é uma cooperativa de sucesso, mas um monopólio espiritual praticado por “chefões da fé” sedentos de poder e dinheiro, muito dinheiro, mas não o poder de Deus, e sim, o poder humano. (eles emprestam sua “fé” mediante uma “ofertinha simbólica de cinqüenta reais).
      Mas a Bíblia nos revela o mapa de uma cooperativa de sucesso; Vejamos: “Servi uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (I Pedro 4.10).

“Era um coração e a alma da multidão dos criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuíam era sua própria, mas todas as coisas eram comuns. Os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. Não havia entre ele necessitados algum. Pois todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo- as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia- se a cada um, segundo a sua necessidade. Então José, chamado pelos apóstolos de Barnabé (que significa Filho da Consolação), levita, natural de Chipre, possuindo uma herdade, vendeu- a, trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos”. (Atos 4 .32-37).

Como acabamos de ler, estas duas passagens nos descrevem o verdadeiro modelo de uma “cooperativa” de grande sucesso. Um dos principais obstáculos para vivermos o Evangelho de Jesus em toda a sua plenitude é a tremenda dificuldade que temos de nos desprendermos de nós mesmos e dar um pouco do que temos para Deus e para os outros. Infelizmente, as palavras do Senhor "mais bem-aventurado é dar que receber" (At 20.35). Continuam sendo uma fronteira desconhecida e inexplorada para a maioria dos cristãos, cujos estreitos horizontes não passam d'além dos seus próprios interesses. Mas, por que dar? Por que servir? Por que dar e servir são tão importantes para o cumprimento da Palavra de Deus em nossa vida? O texto que nós lemos é tremendamente importante para nós entendermos o porquê. Pedro disse que devemos servir uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.
      Podemos chamar de lei do fluxo e refluxo. Vejamos! Esta lei determina que só recebe aquele que exercitou a graça de dar de si mesmo. À medida que nós damos (fluxo), nós recebemos (refluxo). Jesus decodificou essa lei do Pai quando disse: "dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também" (Lc 6.38). 
       Vemos a lei do fluxo e do refluxo na viúva de Serepta. Deus disse a Elias: "Dispõe-te, e vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e demora ali, onde ordenei a uma mulher viúva que te dê comida." (I Reis 17. 9). Para receber, a viúva de Sarepta primeiro teve que se dispor a dar aquilo que tinha. Por que? Porque esta é uma lei da vida: à medida que damos, recebemos. O fluxo (dar) sempre termina num maravilhoso refluxo (receber) da Graça de Deus em nossas vidas. Dar e servir são tão vitais quanto o não dar e servir são prejudiciais para nós. Ou seja, quem não dá, morre. Quem não dá, torna-se um mar morto - sem saídas, sem vazão, sem trocas, só recebe - por isso é morto. Para não morrer (embora não soubesse disso) aquela viúva teve que dar o pouco de farinha que tinha e o pouco azeite que lhe sobrara. O não dar implicava na própria morte.
       Aqui está a ironia final da vida. Aquilo a que ela atribuía valor fundamental para sua vida seria o que lhe roubaria a vida, caso não se dispusesse a entregar. Dar e servir eram tão vitais quanto o não dar e servir seriam prejudiciais para ela. Talvez esta seja a razão porque existam muitas pessoas que morreram para vida. Nunca deram de si para ninguém. Sofrem da síndrome do mar morto. São lacradas, são sem saídas, são hermeticamente fechadas, só recebem; são cisternas cujas águas estão sempre paradas, nunca se renovam. Vivem depressivas, debaixo de psicotrópicos, tem acesso à tecnologia e ao conforto, mas privou- se de ter vida em abundancia. Simplesmente por que passou a pensar em si mesma. Milhares de lideres espirituais estão mortos, pois só recebem, mas nunca dão, e acham que contruindo grandes igrejas irão ficar impunes.
       Mas nem tudo esta perdido! Eu e você fomos chamados por Deus para essa cooperativa de sucesso. Lembre- se! O retorno é sempre infinitamente maior do que aquilo que nós damos. Aquilo que damos, volta, em uma medida infinitamente maior. O retorno sempre é maior que o investimento: "dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão...".
       Aquela viúva deu um pouco de farinha e azeite. O que ela recebeu? Farinha e azeite? Não! Ela recebeu a vida de seu filho de volta (mais tarde, Elias orou e o filho da viúva ressuscitou). (I Rs 17.17-23). Será que, se ela soubesse antes que Elias iria salvar o seu filho, teria relutado em dar o seu pão para mantê-lo vivo? Claro que não! Ela jamais imaginou que ao dar o seu pão para o sustento do Profeta, ela estava dando na verdade a vida para o seu próprio filho. Jamais imaginou que o ajudando (o que fez com certa má vontade) ela estava na verdade se ajudando.
       Aqui está o problema que nos impede de dar o que temos para Deus e para o próximo. Quando damos, o fazemos achando que estamos sempre ajudando os outros e nunca nós mesmos. Não atinamos para o fato de que ao dar o nosso "pão", não estamos ajudando ninguém, a não ser unicamente nós. Porque o retorno sempre é infinitamente maior do que aquilo que nós investimos. Quando Deus pede para nós darmos alguma coisa (por mais precioso que pareça ser) é porque Ele quer nos dar em troca algo muito maior e mais importante. Existem na igreja pessoas que ainda não desenvolveram a graça de dar de si mesmo para outros e para Deus. Não entenderam ainda que, na contabilidade de Deus, é dando que se recebe, é dividindo que se soma, é deixando escorrer de nós o fluxo da graça de dar, que somos inundados pelos refluxos generosos da graça de viver - o que nos faz pensar que é sempre mais bem-aventurado dar que receber... No texto de Atos 4 percebemos coisas de suma importância para todos nós nos tempos atuais.

O versículo 34 diz: “Não havia, pois, entre eles” ( o que?) necessitado algum.

Versículo 32: “E era um ……” (o que?) coração.

Versículo 32: “…… lhes eram comuns.” (o que?) todas as coisas.

Versículo 33: “davam testemunho ……” (o que?) da ressurreição do Senhor.

Versículo 33: “e em todos eles havia ……” (o que?) abundante graça.

O grupo estava unido por uma visão comum e pelo seu compromisso profundo uns para com os outros nessa cooperativa de sucesso. O compromisso de serem todos os despenseiros da multiforme graça de Deus. É com muita tristeza que temos presenciado certos lideres pedindo dinheiro para construir Igrejas, fazer grande cruzadas, e promover programas que são verdadeiro lixo moral, enquanto muitos membros não têm o que por a mesa para seus filhos.
       Como critãos, temos um compromisso com Deus em devolver o que é dEle. “trazei todos os dízimos a casa do tesouro...” (Ml. 3.10). Jesus tinha essa mesma responsabilidade em relação ao dizimo, e deixou este ensinamento para nós. (Mateus 23: 23). Mas o que nós temos presenciado em nossos dias não é a pregação necessária de dízimos e ofertas e sim o “evangelho da cobiça”: “Contenda de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade é fonte de lucro”. (1 Timóteo 6: 5). No mesmo programa, eles falam da palavra Deus e vendem os seus produtos e patuás, como o ímpio aceitará esta mensagem?
       Contudo, não devemos ser levados a concluir que é errado construir e aparelhar igrejas. Errado é ir ao extremo de perder a fé e o amor na execução do empreendimento, presumindo com isso que fazer boas obras merece o favor de Deus. Isso resultará em abusos que impedem a moderação. Todo canto e recanto está cheio de Igrejas, independentes do objetivo que temos em construir igrejas. Para que você possa ter um uma compreensão mais exata deste assunto, certa vez ei li sobre:

Uma mulher piedosa, Elizabete, ao entrar certa vez num convento e ver na parede uma excelente pintura retratando os sofrimentos de nosso Senhor, exclamou: “O custo desta pintura deveria ter sido reservado para o alimento do corpo; os sofrimentos de Cristo devem ser pintados no coração”.

Quão violentamente esta declaração religiosa é dirigida contra as coisas em geral consideradas preciosas! “Quem tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, cerrar- lhe o seu coração, como estará nele o amor de Deus?”. (1 João 3: 18). O apostolo Pedro escreveu a igreja de Jerusalém dizendo: “Mas, sobretudo, tendes ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobrirá a multidão de pecados” (I Pe 4.8).

Onde está a caridade (amor) com o qual deveríamos amar nossos semelhantes? Como então podemos ficar indiferentes ao vermos nossos irmãos que em muitas oportunidades não tem o pão para servir a mesa aos seus filhos e familiares. Quantas vezes há em nossa mesa a sobeja de pão, sobra tanto que na maioria das vezes, quando os animais caseiros não dão conta de comer todas as sobras, nós lançamos no lixo.

Para outros acontece ao contrario! Eles compram, compram, compram, mas, sempre tem falta de alguma coisa. Nunca estão satisfeitos. O dinheiro não preenche o vazio existencial. Esquecem que caixão não tem gaveta e, em cortejo funeral não vai o caminhão de mudança. A Palavra de Deus tem uma resposta muita clara e objetiva para esse fenômeno.

“Semeias muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos farteis; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário recebe salário num saquitel furado”. (Ag 1.6).

       A igreja que você coopera é uma cooperativa de sucesso? Ou um covil de ladrões? Pois à medida que tomamos consciência de que somos Igreja, que professamos a mesma fé em Jesus Cristo; à medida que queremos a mesma fé em Jesus Cristo: à medida que queremos permanecer unidos a Jesus pelo amor fraterno, vamos nos sentindo responsáveis uns pelos outros. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração. Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor a igreja aqueles que se haviam de salvar”. (At 2. 42-47).

Deus nos ajude a entender as necessidades uns dos outros e a fazer parte desta cooperativa celestial. Pastor Elias Fortes.

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